A minha mesa de café, o meu banco de jardim, o meu muro de lamentações, a minha varanda para o mundo

domingo, 17 de abril de 2011

domingo de ramos

Hoje, quando me dirigia para o ginásio, reparei que havia uma procissão que aglutinava umas quantas pessoas que não sei precisar, atrás de umas folhas de palmeira e presumo que , atrás do pároco da igreja que fica mais próxima da minha casa.Estava a alguma distancia e pude adivinhar o padre paramentado , talvez de roxo, um acólito novinho de vestes brancas e com um turíbulo pendurado das mãos.
E pus-me, então a pensar nas causas do afastamento da maioria das pessoas de ritos como este.Será que dantes as pessoas iam à igreja pela necessidade de se sentirem mais próximos de um Deus que estivesse mais atento as suas vidas de pobreza?A verdade é que hoje a exclusão social tem outras características bem diferentes da de outrora.A toxicodependência, a Sida,a ausência de Redes Sociais de proximidade, a desestruturação da Família, a inexistência de hábitos de trabalho,a inexistência de códigos e valores morais, criaram uma sociedade, perfeitamente alienada e a viver perfeitamente a leste destes actos que dantes eram absolutamente obrigatórios.E ...mea culpa, mea máxima culpa pois eu de facto também não acorro hoje a estas praticas.As vezes penso que terá sido porque meu pai, todos os domingos , chovesse, ou nevasse, obrigava a sua prole a levantar-se cedinho para se arranjar( o arranjar era lavar e por o único fato domingueiro que havia) e segui-lo a ele e a minha mãe,em fila indiana, ate junto do saudoso Padre Augusto, já preparado quase sempre para a Celebração da santa Missa.Meu Deus quantos bocejos disfarçados..
A verdade é que a minha ligação ao Divino nunca se perdeu . Embora não se faça nesses moldes, tenho a necessidade diária de elevar o meu pensamento e ..agradecer a Deus, ao Universo, a uma estranha força Universal por tudo o que tenho na minha vida.
Hoje, Domingo de Ramos, eu não assisti a missa nenhuma, não comunguei muito menos, não fui a nenhuma procissão , nem sequer comprei um raminho de alecrim e oliveira à, gente pobre que, todos os anos os vende, na Praça do Marques.
Mas usando esta via, de forma publica, não posso deixar de agradecer tudo o que de bom recebi na vida.

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