A minha mesa de café, o meu banco de jardim, o meu muro de lamentações, a minha varanda para o mundo

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Publia Hortensia de Castro- alguem ja ouviu falar??

Publia Hortensia de Castro , portuguesa de nascimento, foi uma das poucas mulheres se não a única a desafiar o preconceito da sociedade do séc XVI , ao ir estudar numa Universidade. Escondida debaixo duma das capas de então, com um gorro, a esconder-lhe as feições, procurava não fazer parte daqueles grupos estudantis que deambulavam pela noite a divertir-se. Sempre caprichosa, para os pareceres da época e com a cumplicidade do irmão que surpreendentemente se tornara seu cúmplice no disfarce, estudava Filosofia, e de Humanidades : grego, latim e hebraico. Quando chegou a altura de fazer os exames, o irmão,Frei Jerónimo, sempre crente na inteligência da irmã, conseguiu por muito incrível que pareça, o apoio dum parente arcebispo mais, ainda a compreensão dum religioso dominicano. NA Universidade de Évora onde acaba por prestar as provas brilhantemente, já assumindo a sua condição feminina recebe de todos os presentes "homens", os maiores elogios. Com 17 anos apenas a distinguir-se de tal forma, quer ir ainda mais além e continuar os seus estudos em Évora, depois de ter estudado em Coimbra. Sua fama ultrapassa fronteiras graças Às carta entusiásticas de André de Resende: o frade dominicano e quando seu nome chega À corte é recebida por senhoras de grande saber daquela época como, a infanta DMaria, irmã de D João III e Paula Vicente , filha de Gil Vicente. Nessa corte feminina, ela distinguia-se pela grande erudicção e saber mas, sobretudo por ter chegado a um estatuto reconhecido de mulher de cultura , num mundo dominante de homens. O que aconteceu a Publia Hortensia ? Seu nome quase desapareceu das páginas da História de Portugal porque , decidiu entrar num convento e levar uma vida de religiosa. MAs, que vida lhe esperava nesse mundo ? Qual seria o homem que apreciaria as suas graças se nem cantar, tocar harpa, ou bordar sabia.................A seguir ao desastre de Alcácer Quibir, não pode continuar a disfrutar desse convivio da elite feminina, que talvez se continuasse a existir, a emancipação feminina, teria tido outras vozes, outras luzes e assim sendo a vida monástica, teria sido a única solução.D Felipe II de Espanha ouvindo gabar os dotes quis ouvi-la, porém foi só um momento para se entreter com a inteligência feminina.
Publia HOrtensia recolhe-se então na Ordem de Agostinhas em Évora, e nos muros fechados da clausura da´azo á sua inspiração, escrevendo poesias em português e em Latim além de diálogos de teologia "Flosculus Theologicus" e morre para hoje em dia estar a ser tão humilhantemente esquecida.

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