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segunda-feira, 2 de maio de 2011

O primeiro 1º de Maio foi em 1886

No século XIX, a pujança da “Revolução Industrial” conduziu à sujeição dos trabalhadores a condições desumanas de laboração. A necessidade de se produzir o máximo ao mais baixo custo não respeitava idades nem sexos. As organizações sindicais eram incipientes e perseguidas pelas autoridades policiais.

Em 1864 é criada a Primeira Associação Internacional dos Trabalhadores, em Londres.A esta associação se chamou mais tarde a Primeira Internacional Socialista que duraria sete anos.
As divisões ideológicas entre as várias facções (sindicalistas, anarquistas, socialistas, republicanos e democratas radicais, entre outras) puseram fim à agremiação, mas deixaram mais explícitas as reivindicações e propostas pelas quais os trabalhadores se deveriam debater.A redução da jornada de trabalho para as 10 horas diárias era uma delas.

Os objectivos saídos desta Internacional tiveram eco no IV Congresso da American Federation of Labor, em Novembro de 1884. As negociações, sucessivamente falhadas com as entidades patronais, fizeram das cidades operárias um barril de pólvora pronto a explodir. Até que, em 1886, no dia 1 de Maio, teve início uma greve geral com a adesão de mais de 1 milhão de trabalhadores em todo o território norte-americano. A reacção a esta paralisação foi violenta.

Em Portugal

A decisão da Comuna de Paris, de decretar o 1º de Maio como o Dia Internacional do Trabalhador teve repercussões no nosso país. Diz-nos José Mattoso (in História de Portugal, vol. 5), que houve um reforço da luta do movimento operário português em finais do séc. XIX sendo "em torno da associação e da greve que gravita o próprio movimento operário". Entre 1852 e 1910 realizaram-se 559 greves no nosso país. A subida dos salários, a diminuição da jornada de trabalho e a melhoria das condições de laboração eram as principais exigências dos operários.



Durante a I República não se deixou de festejar o Dia do Trabalhador, mas sublinhe-se que um dos primeiros diplomas aprovados, com a instituição do novo regime, dizia respeito ao estabelecimento dos feriados nacionais e destes não constava o dia do trabalhador. Em 1933 é decretada a "unicidade sindical" e o "controle governamental dos sindicatos" esmorecendo um movimento operário que só ganharia novo ânimo na década de 40. Durante o Estado Novo as manifestações no Dia do Trabalho (e não do Trabalhador) eram organizadas e controladas pelo Estado.

O primeiro 1º de Maio celebrado em Portugal depois do 25 de Abril foi a maior manifestação alguma vez organizada no país. Só na cidade de Lisboa juntaram-se mais de meio milhão de pessoas.


O que é hoje o 1º de Maio??Dantes eu ia as manifestações do Dia para festejar. Festejar a minha liberdade e a liberdade do meu pais, festejar as vitorias ganhas a nível de regalias laborais,num mar de gente que como eu, ria, cantava, celebrava. Depois, foi-me assaltando um desanimo enorme um descontentamento sem remédio com a politica do meu pais e sobretudo com os políticos pois são os homens que fazem a politica. E vi muita gente , como eu, a abandonar a descida à Baixa do Porto para celebrar o 1º de Maio.
Hoje , sei que alguns patrões obrigaram os seus trabalhadores a cumprir o mesmo horário de trabalho. E , embora o país esteja numa dificílima situaçao económica,muito perto do abismo, e a necessitar do empenho, da produção, do trabalho de todos, eu fico sempre a pensar que isto é um lamentável retrocesso nas conquistas dos pobres trabalhadores portugueses que já têm a pouca sorte de ser dos mais mal remunerados da Europa comunitária. A par de outras coisas..

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