A minha mesa de café, o meu banco de jardim, o meu muro de lamentações, a minha varanda para o mundo

segunda-feira, 21 de março de 2011

O Censos

Pois não se esqueçam do Censos 2011 a decorrer. Para se saber quantos somos,como é constituído o nosso agregado familiar se a casa onde vivemos é pequena, media ou de grandes dimensões, se é arrendada, ou nossa e se a pagarmos ainda qual o valor da prestação, se a aguinha que , consumimos é da companhia ou de furo artesiano, se temos apesar da crise dinheiro para o ar condicionado, se temos lareira ou aquecimento central...enfim tudo!Eles querem saber tudo!!
Depois há perguntas girissimas como aquela de nos perguntarem se vemos bem ou mal , se ouvimos muito ou pouco e se entendemos ou não o que nos dizem; E eu fico a pensar como é que uma pessoa na 2ª condição( que não entenda o que lhe dizem), consegue ler o questionário desde o principio e responder direitinho as perguntas. Sobretudo como é que uma pessoa que não entende o que lhe dizem consegue aceder ao site,introduzir direitinho o código de utilizador e aquela password.. sou eu que sou mesmo burra ou de facto há qualquer coisa que não esta bem?? lá ser pitosga , ser um pouco surdo ou mouco de todo apresentar já umas queixas do reumático, va que nao va.....mas com as faculdades mentais em ordem não?

sexta-feira, 18 de março de 2011

Um texto magnifico de Natalia Correia

"A partir de um certo dia em que se foi ao campo com os amigos,começa-se a notar que qualquer coisa nos interdiz o contacto dos objectos. Um sinal iniludível é o da laranja que descascámos ,comemos e todavia permanece sobre a mesa.
"Começa-se a atribuir à família a causa desse mal-estar. Dentro da técnica habitual, a escamoteação da laranja e, sem duvida, outro truque da família para nos amarrar à sua dependência.
"quer-se tirar a prova. Vai-se a um pomar e descobre-se com crescente suspeita que nao é o tempo das laranjas. mas ocorre uma ideia salvadora. As laranjas vieram da Baía. Como laranjas antípodas têm faculdades anormais. importa ,pois, seguir esse novo fio. São estes os estímulos que nos fazem viajar.Vai-se , pois, à agência de viagens comprar um bilhete para a Baía.Abre-se a carteira e põe-se o dinheiro no balcão. Estranhamente, o empregado fica na mesma atitude: olha-nos na expectativa de receber o dinheiro para nos passar o bilhete para a mão. A situação desenvolve-se num insustentável jogo do sisudo. A certa altura gritamos: Então,esse bilhete? O empregado responde: Estou à espera do dinheiro. Protestamos indignados:Já lho dei. Ele diz, polidamente,que estamos a brincar com ele, o que virtualmente nos define como vigarista: Soou a hora da nossa ignomínia social. Atiramos-lhe à cara : Vigarista é o senhor. Mas o empregado não se exalta: Limita-se a comentar profissionalmente:O truque é conhecido. Tem muita sorte em não o mandar prender.
"Procura-se então a ultima pessoa que nos merece confiança:a amada. Contamos-lhe o que aconteceu.Ela não atina com a causa. A única coisa que esclarece é que se soubesse o motivo, não nos amava.E, mais uma vez ,lançando-se em nossos braços, renova a proposta que nos faz sempre que se funde uma lâmpada ou chegamos atrasados ao cinema: o suicídio duplo.
"Sai-se então, desvairado, para a rua. Aponta-se a matricula do primeiro automóvel que passa. Obtém-se um numero telefónico. Liga-se. Descobre-se, finalmente, a pessoa que nos cortou o braço direito."


Natália Correia in "A Madona"

quinta-feira, 17 de março de 2011

A missão do blogue

Este é um blogue para apresentação e debate de temas ditos "femininos" :)
desde os "males do coração" aos desconfortos físicos e emocionais da menopausa;
Desde a violência doméstica ao assédio no emprego;
Desde os problemas das mães enquanto educadoras,ao júbilo de ver filhos fazerem-se homens e mulheres saudáveis;
Falaremos ainda de :
Leituras, Poesia, Beleza, Férias, Viagens, Casas, Música, Espectáculos, Saúde, Estética..que mais?
Estou aberta a sugestões e a participações!
Sim ...quem quiser comentar, opinar será bem-vinda. Porque se quer um espaço justo e imparcial, democrático e independente.
Eulália